sexta-feira, 19 de junho de 2009

Intercâmbio: ir ou não ir?

O intercâmbio internacional acadêmico vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil. Diversos alunos, do colegial ao mestrado, escolhem prosseguir seus estudos (ou realizar uma parte dos mesmos), em um outro país. Entre os motivos para as viagens estão a vontade de conhecer o mundo, além de que um curso realizado no exterior pode ser de grande valia no currículo na hora de disputar uma vaga no concorrido mercado de trabalho. Os destinos mais procurados são os países nos quais se fala inglês, como os Estados Unidos, Inglaterra, Canadá e Austrália. Os alunos passam uma média de 6 meses fora, mas pode chegar a até mesmo 2 anos estudando no exterior. Ouça o programa Conexão Global, que trata sobre o tema, clicando no link abaixo:

Tempo: 43'43"
Produção: Mayara Carmo, Jaime Abalde, Gabriel Checchio e Daniel Magalhaes

A esperança na forma de um blog


Yoani Sanchez não é uma cientista renomada cujas descobertas mudaram a vida atual, nem uma governante ou política de grande importância e renome. Ainda assim, seu blog foi eleito um dois mais interessantes para se ler e ela foi indiciada como uma das mulheres mais influentes no mundo. A única coisa que Yoaní, nascida em 1975 em Havana, Cuba, teve o mérito de fazer foi começar a escrever, em 2007, um blog. No mesmo, ela fala sobre o dia a dia dos habitantes de um país com uma cultura socialista, e todas as frustrações que vêm com esse fato. Ela descreve uma rotina que, em realidade, muitos de nós somente puderam imaginar até muito pouco tempo atrás. Parece fácil e simples, não fosse pelo fato de que em sua cidade a Internet, aonde existe,só pode ser usada mediante uma tarifa absurda, ainda mais para os residentes, que vivem de seus cupons do governo, e recebem salários absurdos. Yoaní não revolucionou ainda, não foi responsável por alguma mudança drástica, mas de uma forma muito sutil apresenta uma resistência aos seus governantes através de algo que geralmente não damos muito valor: a informação e o conhecimento. Ela mostra uma Cuba que muitos desconhecem, e uma visão do mundo que somos, em ocasiões, incapazes de compreender. E é por essa razão que a sua escrita, simples, complexa, mal ou bem feita, cujo conteúdo é de tão grande importância, apesar da opinião popular, esquenta o coração daqueles em contato. E, mesmo despretensiosa, ela se tornou importante. E, mesmo que não seja o máximo do movimento revolucionário, porque não considerar isso como o primeiro passo, como um esforço de grande mérito? Dar a Yoaní Sanchez uma voz, é como dar uma voz aos habitantes de um lugar que parece ainda mais longe do que é realmente. E uma voz é sempre uma das primeiras coisas que se precisa para mudar tudo. Toda revolução começa com uma idéia, e Yoaní tem um bocado delas, cheias de amor, otimismo e medo, que você pode conferir no seguinte link: www.desdecuba.com/generaciony
Mayara Carmo

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Jornalismo à moda antiga?

O Supremo Tribunal Federal decidiu, ontem à noite, que o jornalismo irá voltar as suas origens: não será mais necessário um diploma para assinar matérias ou publicá-las em veículos midiáticos. Seria romântico pensar assim, se não fosse pelo fato de que todas as decisões afetam não só quem as toma, mas a todos de maneiras distintas. O jornalismo mudou tanto que voltar atrás é uma tarefa além de impossível. Sendo essa profissão responsável por veicular a maneira como a sociedade funciona é imprescindível que se tenha uma visão crítica sobre ela, e o curso acadêmico de jornalismo dispõe de algumas disciplinas específicas que discutem e fomentam a discussão acerca da sociedade. A era em que grandes escritores atolavam redações mundo afora infelizmente acabou. Não exigir mais uma faculdade de todos os interessados em divulgar notícias afeta aqueles que já o fazem há muito tempo. Se qualquer um puder entrar em uma redação,o que acontece com o respeito àqueles que deram duro para aprender como melhor produzir uma notícia? Que a verdade seja dita: escrever de qualquer jeito é trabalho pra macaco. Escrever bem, é trabalho para jornalista.

domingo, 7 de junho de 2009

Yoani Sanchez discute governo cubano em seu blog GERAÇÃO Y


O poder dos blogs enquanto ferramenta de divulgação de ideias é realmente impressionante! Impressionante porque além de divulgar ideias também é bem utilizado para denunciar falcatruas. Um exemplo disso é o caso do repórter Jason Blair do jornal americano The New York Times, que copiou diversas notícias de outros jornais americanos.
Contudo, no âmbito da divulgação de ideais, deve-se citar a cubana Yoani Sanchez, que encontrou na internet uma ferramenta poderosa para chamar a atenção de internautas de todo o mundo para sua percepção acerca do governo de Fidel Castro, por meio de seu blog Geração Y.
O simples fato de divulgar em nível mundial ideais já é um grande feito. Maior feito ainda é conseguir divulgar, em Cuba, por uma cidadã cubana, ideais que vão contra o super-rígido governo cubano, em que a liberdade de expressão praticamente não existe e o acesso à internet é restrito a pequenos grupos, sendo uma grande parcela dele, turistas.
Yoani Sanchez escrevia seus textos em casa e em seguida procurava computadores disponibilizados em hotéis para os turistas e de lá publicava seus textos.
O mais curioso de toda esta história é a maneira como o governo vem se posicionado a respeito do blog: utilizaram-se da mesma “arma” para desmentir e atacar o conteúdo publicado por Yoani. Além disso, a blogueira não tem sofrido qualquer outro tipo de represália, até onde se sabe.
Essa postura, certamente nos mostra além do poder do blog enquanto meio de difusão, também nos leva refletir que a legitimidade e vontade de se defender uma causa pode vir a surtir um efeito positivo, ou pelo menos à reflexão dessa situação por parte das pessoas.

(Por João Luiz Carreira)

Leia-se: Investimento na educação

O caráter assistencialista presente nas escolas públicas municipal vem mudando o papel da escola frente ao ensino e aos alunos da rede. Em São Paulo, a moda assistencialista iniciada com a distribuição de leite atrelado à freqüência escolar, no governo do ex-prefeito Paulo Maluf, em mais de dez anos, tem sido crescente. Começaram a ser distribuídos materiais básicos escolares, além de uniforme completo que engloba agasalho, camiseta, bermuda e até tênis e meia.

Diante desse panorama, pessoas envolvidas com comunidades escolares da rede municipal de ensino da cidade de São Paulo, opinaram a respeito do tema. Entrevistamos duas professoras e uma coordenadora pedagógica da rede, assim como duas mães de alunos.
As opiniões são diversas, mas o ponto comum entre todas elas gira em torno do ensino que está sendo ministrado para as crianças. Mães de alunos, por exemplo, discordam entre si. Uma delas, dona Marli, faxineira, acha que o melhor ponto da escola é o fato de o governo distribuir todos esses benefícios, e quando questionada sobre a qualidade, diz que não trocaria o leite, o material e o uniforme, por um bom ensino.
Dona Célia, dona de casa, a outra mãe entrevistada, coloca que o ensino da escola é regular, porque seu filho está na quarta série e muita coisa ele ainda não sabe, avaliando que já deveria saber. Disse também que o trocaria de escola, caso outra oferecesse ensino melhor, abrindo mão dos benefícios.
Ainda no que diz respeito ao ensino, duas professoras revelam de que maneira todo esse assistencialismo influencia em suas rotinas de trabalho. Para a professora de Ensino Fundamental I Mônica Aguiar, da Escola Municipal do CEU Parque Bristol, sua aula é muitas vezes interrompida para a entrega de materiais, leite e uniforme. Contudo, para a entrega dos materiais, uniformes e leite serem realizadas em um horário fora da aula, é necessária toda uma mobilização da escola. Seja para que os alunos sejam dispensados mais cedo, o que também diminui o período de permanência na escola, ou então um horário nos finais de semana, que também devem ser utilizados para desenvolver atividades pedagógicas.
Já para a professora de Ciências do Ensino Fundamental II, Ana Cristina Simões, também da Escola Municipal do CEU Parque Bristol, os alunos muitas vezes vão para a escola em busca do que lhes é oferecido e não pela busca do conhecimento.
Contudo, a visão da coordenadora pedagógica, Maria de Lourdes Cintra, da Escola Municipal do CEU Parque Bristol, permeia as opiniões de todos, arrematando que o governo deve para a sociedade um posicionamento no sentido de criar condições básicas para que o aluno tenha recursos materiais, como uniforme e material escolar para poder assistir às aulas, bem como leite para se alimentar em suas casas. No entanto, a visão da comunidade sobre essas doações, é que deve mudar.
Diante da atual circunstancia em que a sociedade se encontra, seria melhor que se investisse em recursos humanos, que possibilitassem formação contínua de professores, criação de escolas para que se diminuísse a quantidade de alunos dentro de cada sala de aula, infra-estrutura para que se possa planejar e dar aulas mais interessantes aos alunos. Enfim, isto tudo mencionado acima, leva um espaço de tempo maior do que quatro anos para se ter um retorno. Não é mesmo?

Confira a reportagem em áudio feita por João Luiz Carreira para a Rádiojornal Em foco:

terça-feira, 12 de maio de 2009

A história da queda Islandesa

No texto "A grande Ilusão", publicado na edição de janeiro da revista Piauí (http://www.revistapiaui.com.br/), João Moreira Salles conta como a Islândia, diante da crise financeira mundial, tornou-se o país com a maior baixa econômica do mundo. Assim como o crescimento do país foi um mistério para muitos, já que o PIB cresceu 25% entre os anos de 2003 e 2007, a rapidez de sua quebra também foi assustadora. Segundo as informações que o jornalista conseguiu durante sua estadia de uma semana no país, a crise teria começado com a queda do Landsbank, que até então era o mais importante banco nacional. Estrangeiros que tentavam retirar o seu dinheiro investido ali, passaram a não conseguir.
Assustadas, as pessoas com dinheiro nos outros bancos faziam a mesma tentativa também sem sucesso. A crise já havia tomado conta da pequena ilha do Atlântico Norte, que contraditoriamente há um ano havia sido considerada pela ONU (Organização das Nações Unidas), o melhor lugar do mundo para se viver. Até o final da década de 80, o país era basicamente sustentado pela pesca e era considerado praticamente sem classes sociais. Agora se vê diante de um colapso, depois de um crescimento brusco.
João Moreira Salles, conta que todos os bancos nacionais foram obrigados a pedir concordata e descobriu-se que o Banco Central não possuía dinheiro o suficiente para socorrê-los. Como consequência desse fato, as empresas também começaram a quebrar. A venda de automóveis caiu 90%. Ninguém mais comprava nada na Islândia.
Nos países estrangeiros, faz-se piadas e vende-se camisetas sobre a crise. Os islandeses são humilhados,chegando ao ponto de serem expulsos de estabelecimentos. Enquanto isso, na Islândia, os investidores de outros países são hostilizados e culpados pela crise.
Os islandeses ficaram com grandes dívidas, mas nada que se compare às dívidas dos bancos. Nas ruas as pessoas protestam, não se sabe ao certo pelo quê, mas o que se sabe é que o país vive hoje seu maior dilema, o de tentar se restabelecer como um paraíso fiscal de economia forte, ou voltar a ser um país de fraca economia e vida pacata, baseada em e dedicada à pesca.
Utilizando-se de sua prática como cineasta, o jornalista João Moreira Salles, conseguiu relatar os efeitos da crise na Islândia, de um modo figurativo, em que percebe-se o texto como uma história narrada. As pessoas participantes do drama da crise, foram transformadas em personagens, de maneira que ficou-se mais fácil nos colocar no lugar delas e entender seu drama.
"A Grande Ilusão" é um texto que vale a leitura, para compreensão mais clara do que significa um país com grandes consequências da crise e para nós alunos de jornalismo, é uma aula de construção textual e de como contextualizar fatos de modo que os leitores consigam visualizar o que se é dito.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

CCBB: Um espaço CULTURAL

O Centro Cultural Banco do Brasil, localizado na esquina da Rua Álvares Penteado com a Rua da Quitanda, em São Paulo, é um local onde se pode entrar em contato com muitos elementos culturais. Já na entrada, é possível encontrar afrescos de dois Deuses: Mercúrio e Hefesto. Passando para o saguão principal, há um enorme mosaico localizado no chão e oposto à clarabóia. Além disso, vemos como marcas da história paulistana a presença de pequenas bolinhas ao redor do relógio, simbolizando a riqueza que o café trouxe para o país, ainda que o prédio tivesse sido fundado em 1901, período em que o café já havia entrado em declínio e a indústria em ascensão.

Ainda no saguão principal é possível notar as influências de estilos originários na França no início do século XX: o art déco e art nouveau, cuja característica principal de ambos é a utilização de linhas sinuosas e a presença de motivos florais, nas grades. Os capitéis (suporte que fica na parte de cima de uma coluna) são do estilo Neoclássico, configurando ainda um ecletismo no estilo. Contudo, não é preciso chegar lá já sabendo disso tudo, porque o espaço conta com o serviço de Programa Educativo, em que é possível fazer visitas guiadas por todo o prédio, com os monitores contando tanto sobre a história da construção, como sobre as influências arquitetônicas presentes ali.

Além da belíssima arquitetura, o Centro Cultural ainda conta com sala de cinema, em que atualmente está sendo exibida a mostra Tribos urbanas no cinema. No teatro está em cartaz a peça Shirley Valentine, com a atriz Betty Faria. A exposição do mês, intitulada Era uma Vez: Arte Conta Histórias do Mundo traz uma relação entre arte e os contos de fada de autores como Charles Perrault, Irmãos Grimm e Hans Christian Andersen, contextualizada por ilustrações, objetos e esculturas.

Vale a pena também, tomar um café na cafeteria Cafezal, localizada dentro do próprio Centro Cultural.

Chegar lá não é difícil, está a dez minutos das estações São Bento e Sé do metrô.


Créditos das imagens: